Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/32629
Título: A estética dissidente em rede: o autorretrato fotográfico como construção de identidade de pessoas negras
Título(s) alternativo(s): The dissident aesthetics in social media: The self-portrait as a construction of identity for black people
Autor(es): Fonseca, Hadassa Gomes
Orientador(es): Souza, Maurini de
Palavras-chave: Negros - Identidade racial
Negros - Redes sociais
Imagens - Aspectos sociais
Fotografia - Retratos
Autorretratos
Identidade de gênero
Sexo
Blacks - Race identity
Blacks - Social networks
Pictures - Social aspects
Portrait photography
Self-portraits
Gender identity
Sex
Data do documento: 25-Ago-2023
Editor: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Câmpus: Curitiba
Citação: FONSECA, Hadassa Gomes. A estética dissidente em rede: o autorretrato fotográfico como construção de identidade de pessoas negras. 2023. Dissertação (Mestrado em Estudos de Linguagens) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2023.
Resumo: O processo de desidentificação da população negra se deu desde o período de colonização e seguiu-se através da colonialidade perpetuada pelo projeto de uma sociedade moderna. O grande trauma que assola a história de pessoas afrodiaspóricas dissidentes oferece uma identidade forçada, estereotipada, racista e binária, na qual não cabe a multiplicidade de corpos-mundos que existem em toda a sua potência. Visto que a construção visual, artística e fotográfica foi desenvolvida, contada e representada sob uma ótica colonial, faz-se necessário compreender a importância desses corpos contarem suas próprias narrativas. A presente pesquisa busca evidenciar, através da construção teórica e da análise de imagens, como o autorretrato compartilhado em rede tem sido um caminho possível de contranarrativa, autodefinição e da construção de identidade de pessoas negras dissidentes de gênero e sexualidade. Do ponto de vista teórico, buscou na literatura meios para se compreender os processos históricos da fotografia, bem como elucidar como a construção da imagem dominante auxiliou no constante apagamento da memória, subjetividade e narrativas desses grupos. Através da literatura engajada com o feminismo negro e interseccional, se reconhecem os processos políticos e sociais que envolvem a representação de pessoas negras na fotografia; busca-se também identificar as categorias de gênero, sexualidade e raça e suas dinâmicas de poder na imagem fotográfica, para assim contribuir no campo de pesquisa em imagens que valorizem e instiguem o desenvolvimento de criações visuais, que contribua para a memória, narrativas e subjetividades da e para a população negra, de gênero e sexualidades dissidentes. Para o desenvolvimento das análises de imagens,utilizam-se os estudos da semiótica visual como norteadora para a compreensão dos processos da construção de imagem, bem como os estudos de poéticas visuais, colaborando para a compreensão das fotografias para a além de uma função prática. O corpus da análise se baseia na própria autora que desenvolve a pesquisa, adotando um viés epistemográfico, visando a construção de um discurso acadêmico que vise o pessoal e subjetivo, como constituinte de saberes marginalizados. Assim, entre as principais conclusões, verificou-se que ao posicionar um olhar epistemográfico, isso é, através de uma narrativa autodesenvolvida, compartilhada em uma plataforma onde se habitam saberes subalternizados, se torna possível a construção de uma análise de imagens tecidas de forma interdisciplinar, compondo um conjunto de saberes que, primeiramente, se analisam de forma crítica e social, para então se poder compartilhar e analisar outras imagens com um viés interseccional e politizado. Assim, com base na literatura trazida para essa pesquisa, o autorretrato autoanalisado permite aconstrução de um olhar para o campo das imagens que se constroem de forma pessoal valorizando as transformações coletivas. Deste modo, conclui-se que o autorretrato se torna uma ferramenta necessária para a construção da autoagência, compreensão e construção de identidade de pessoas negras.
Abstract: The process of disidentification of the black population took place since the period of colonization and continued through coloniality perpetuated by the project of a modern society. The great trauma that plagues the history of dissident Afro-diasporic people offers a forced, stereotypical, racist and binary identity, in which the multiplicity of body-worlds that exist in all their power does not fit. Since the visual, artistic and photographic construction was developed, told and represented from a colonial perspective, it is necessary to understand the importance of these bodies telling their own narratives. This research seeks to highlight, through theoretical construction and image analysis, how the self-portrait shared online has been a possible path of counter-narrative, self-definition and identity construction for black people who are gender and sexuality dissidents. From a theoretical point of view, we sought in literature ways to understand the historical processes of photography, as well as elucidate how the construction of the dominant image helped in the constant erasure of the memory, subjectivity and narratives of these groups. Through literature engaged with black and intersectional feminism, the political and social processes that involve the representation of black people in photography are recognized; It also seeks to identify the categories of gender, sexuality and race and their power dynamics in the photographic image, in order to contribute to the field of research into images that value and instigate the development of visual creations, which contribute to memory, narratives and subjectivities. Of and for the black population, of dissident genders and sexualities.For the development of image analysis, visual semiotics studies are used as a guide for understanding the processes of image construction, as well as studies of visual poetics, contributing to the understanding of photographs beyond a practical function. The analysis of the selfportraits is based on the author herself who develops the research, adopting an epistemographic bias, aiming at the construction of an academic discourse that aims at the personal and subjective, as a constituent of marginalized knowledge. Thus, among the main conclusions it was found that by positioning an epistemographic look, that is, through a self-developed narrative, shared on a platform where subalternized knowledge is inhabited, it becomes possible to construct an analysis of images woven in an interdisciplinary way, composing a set of knowledge that, firstly, is analyzed in a critical and social way, só that other images can be shared and analyzed with an intersectional and politicized bias. Thus, based on the literature brought to this research, the self-analyzed self-portrait allows the construction of a look at the field of images that are constructed in a personal way, valuing collective transformations. Therefore, it is concluded that the self-portrait becomes a necessary tool for the construction of self-agency, understanding and construction of identity for black people.
URI: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/32629
Aparece nas coleções:CT - Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
autorretratoidentidadepessoasnegras.pdf1,21 MBAdobe PDFThumbnail
Visualizar/Abrir


Este item está licenciada sob uma Licença Creative Commons Creative Commons