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Título: Detecção de mamíferos não voadores em micro-habitats distintos de área reflorestada
Título(s) alternativo(s): Detection of non-flying mammals in distinct micro-habitats in a reforested area
Autor(es): Ody, Alisson Moacir Beilke
Orientador(es): Cavarzere Junior, Vagner Aparecido
Palavras-chave: Nicho (Ecologia)
Mamíferos
Florestas - Reprodução
Niche (Ecology)
Mammals
Forest regeneration
Data do documento: 9-Abr-2021
Editor: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Câmpus: Santa Helena
Citação: ODY, Alisson Moacir Beilke. Detecção de mamíferos não voadores em micro-habitats distintos de área reflorestada. 2021. Dissertação (Mestrado em Recursos Naturais e Sustentabilidade) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Santa Helena, 2021.
Resumo: Estudos sobre variações na comunidade de mamíferos com relação à estrutura da vegetação demonstram que a riqueza e abundância de espécies especialistas de habitat variam com a qualidade da vegetação. No entanto, o conhecimento sobre a resposta das espécies de mamíferos em ambientes reflorestados e destinados à preservação ainda é incipiente. Este estudo objetivou verificar se micro-habitats compostos por complexidades distintas influenciam a detecção e a contagem de espécies de mamíferos não voadores em uma unidade de conservação reflorestada. Adicionalmente, testou-se a hipótese de que haveria aumento da riqueza com o aumento da complexidade dos micro-habitats. O estudo foi realizado na Área de Relevante Interesse Ecológico de Santa Helena (ARIE-SH), remanescente de 1.400 ha que sofreu corte raso e, após o enchimento do Lago de Itaipu, foi reflorestado (por meio de talhões de 100 x 100 m) com espécies exóticas e nativas a partir da década de 1980. A ARIE-SH situa-se nas coordenadas 24°50'20"S, 54°21'37"W às margens do Lago de Itaipu e localiza-se próxima ao ambiente urbano do município de Santa Helena, oeste do Paraná. Para determinar a complexidade de micro-habitats foram feitas aferições de dados em parcelas de 10 x 10 m em três micro-habitats.Nas parcelas foram determinados: a espécie de árvores predominante do micro-habitat, o número de indivíduos de árvores, o número de espécies de árvores, o número de famílias de árvores, o volume basal das árvores, a densidade de indivíduos de árvores, a altura dos indivíduos de árvores, o índice de diversidade de Shannon, a presença de lianas, a porcentagem de abertura do dossel e a biomassa da serrapilheira. Também foram obtidos dados de temperatura e precipitação. Entre agosto de 2020 e janeiro de 2021 foram realizados inventários em três micro-habitats: densidade baixa de indivíduos, ausência de sub-bosque e biomassa alta da serrapilheira (micro-habitat1), densidade alta de indivíduos, sub-bosque desenvolvido e biomassa intermediária da serrapilheira (micro-habitat 2) e densidade intermediária de indivíduos, sub-bosque bem desenvolvido e biomassa intermediária da serrapilheira (micro-habitat 3). Para os inventários foram utilizadas (1) armadilhas de interceptação e queda, ou pitfall (3.696 horas) e (2) transecções lineares (40 horas), nas quais espécies foram identificadas visual (incluindo vestígios) e/ou auditivamente. Foram capturadas quatro espécies nos pitfalls e observadas cinco espécies durante as transecções, para um total de sete espécies nos três micro-habitats. O micro-habitat 3 apresentou maior riqueza (n=5), mas não a maior complexidade. A probabilidade de capturas em pitfall foi baixa (0,5%) e determinada pela serrapilheira, enquanto a probabilidade de observações foi pouco maior (4,8%) e determinada pela temperatura máxima e pela serrapilheira. Para ambas as metodologias, a probabilidade de captura e de observações foi de 10,3%, também determinada pela biomassa da serrapilheira. A contagem de capturas foi influenciada pelas temperaturas máximas e mínimas, enquanto a contagens das observações durante transecções foi determinada pela serrapilheira. Para ambas as metodologias, a contagem de capturas e de observações foi influenciada por três covariáveis: temperatura mínima, serrapilheira e porcentagem de abertura do dossel. As espécies registradas foram generalistas de habitat e a riqueza por micro-habitat, na ARIE-SH, não apresentou relação significativa com a sua complexidade. O microhabitat reflorestado com jamelão Syzygium cumini (L.) Skeels, espécie exótica alelopática, não desenvolveu sub-bosque e obteve as menores riqueza e complexidade, o que sugere que, para a manutenção da biodiversidade da Mata Atlântica, reflorestamentos futuros não devem considerar esta espécie .
Abstract: Studies on variations in mammalian community in relation to the vegetation structure show that richness and abundance of species vary with vegetation quality. However, the knowledge about the response of mammal species in reforested environments is incipient. I aimed to verify whether micro-habitats composed of distinct complexities influence the detection and counting of non-flying mammals in a reforested protected area. Additionally, I tested the hypothesis that there would be an increase in species richness with the increase in micro-habitat complexity. The study was carried out at the Santa Helena Relevant Ecological Interest Area (ARIE-SH), a 1,400 ha remnant that underwent clear cutting and, after filling of the Itaipu Lake, was reforested with exotic and native species from the 1980s onwards. ARIE-SH is located at 24° 50'20 "S, 54°21'37" W on the shores of Itaipu Lake and is located close to the urban area of the municipality of Santa Helena, western Paraná, southern Brazil. To determine the complexity of micro-habitats, I took measurements on 10 x 10 m plots in three microhabitats. Within the plots I determined: the predominant tree species, the number of tree individuals, the number of tree species, the basal volume of trees, the density of trees, the height of trees, Shannon's diversity index, the presence of lianas, the percentage of canopy openness and litter biomass. I also gathered temperature and precipitation data. Between August 2020 and January 2021, I carried out inventories in three micro-habitats: low predominance density, absence of understory and high litter biomass (micro-habitat 1), high density of independent, developed understory and intermediate biomass litter (micro-habitat 2) and intermediate density, well-developed understory and intermediate litter biomass (micro-habitat 3). For the inventories I used (1) pitfalls (3,696 hours) and (2) linear transects (40 hours), in which species were identified visually (including traces) and / or aurally. Four species were captured in pitfalls and five species were observed during transects, for a total of seven species in the three micro-habitats. Micro-habitat 3 had greater species richness (n=5), but not greater complexity. The probability of trapping was low (0.5%) and driven by the litter, while the probability of observations was higher (4.8%) and driven by the maximum temperature and litter. For both methodologies, the probability of capture and observing mammals was 10.3%, also driven by the litter biomass. The capture count was influenced by the maximum and minimum temperatures, while the counts during the transects were driven by the litter. For both methodologies, the counts were influenced by three covariables: minimum temperature, litter and canopy openness. The species were habitat generalists and the species richness per micro-habitat, in ARIE-SH, had no relation to their complexity. The micro-habitat reforested with Syzygium cumini (L.) Skeels, an exotic allelopathic species, had no understory and obtained the least less richness and complexity, meaning that, to maintain the biodiversity of the Atlantic Forest, future reforestation must not consider this species. Keywords: Habitat complexity. Reforestation. Restoration. Seasonal Semideciduous Forest.
URI: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/26513
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