Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/34282
Título: Arrebatador e abominável: o grotesco em Peles, de Eduardo Casanova
Título(s) alternativo(s): Rapturing and abominable: the grotesque in Skins, by Eduardo Casanova
Autor(es): Paula, Vinícius Samuel da Silva de
Orientador(es): Almeida, Rogério Caetano de
Palavras-chave: Grotesco
Estética
Melodrama no cinema
Cinema - Estética
Tabu
Grotesque
Aesthetics
Melodrama in motion pictures
Motion pictures - Aesthetics
Taboo
Data do documento: 18-Mar-2024
Editor: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Câmpus: Curitiba
Citação: PAULA, Vinicius Samuel da Silva de. Arrebatador e abominável: o grotesco em Peles, de Eduardo Casanova. 2024. Dissertação (Mestrado em Estudos de Linguagens) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2024.
Resumo: O filme Peles (2017), dirigido pelo polêmico cineasta Eduardo Casanova, é populado por personagens deformadas em busca de aceitação. Guardando o potencial de ser percebido tanto como arrebatador quanto como abominável, a obra mobiliza expedientes fílmicos contraditórios, que resultam na produção de afetos intensos. Este estudo busca discutir a estética que abarca essa união de elementos contrastantes. Para isso, a teoria do grotesco foi empregada, centrada nos autores Shun-Liang Chao, Michel Chaouli, Victor Hugo, Charles Baudelaire e Mikhail Bakhtin. A pesquisa mostrou que o grotesco funciona, no filme, como um impulso de subversão ao melodrama. Ataca, por um lado, parte de suas convenções formais e ideológicas e, por outro, preserva e potencializa o que lhe é mais basilar: o arrebatamento emocional. O rompimento do distanciamento clássico entre sujeito e objeto estético, realizado por meio do grotesco e complementado por um realismo fragmentário, é produtivo tanto de choque quanto de identificação com os personagens. Argumentamos que o aspecto abominável do filme está centrado no corpo grotesco da personagem Samantha, que tem o ânus no lugar da boca, encarnando assim os tabus corporais da deformação e da obscenidade, bem como o tabu linguístico (cara-de-cu) consequente dos dois primeiros. Essa configuração corporal pode despertar, no espectador suscetível, o sentimento de uma ameaça imaginária ligado ao tabu, o que ilustramos com exemplos da antropologia colididos por Freud.
Abstract: The film Skins (2017), directed by the controversial film-maker Eduardo Casanova, is populated by deformed characters in search of acceptance. Holding the potential to be perceived as both rapturing and abominable, the work mobilizes contradictory filmic devices, which result in the production of intense affects. This study seeks to discuss the aesthetics that encompass this union of contrasting elements. The theory of the grotesque was employed, centered on the authors Shun-Liang Chao, Michel Chaouli, Victor Hugo, Charles Baudelaire, and Mikhail Bakhtin. Research has shown that the grotesque functions, in the film, as an impulse to subvert melodrama. It attacks, on the one hand, part of its formal and ideological conventions and, on the other, it preserves and enhances what is most fundamental: emotional rapture. The rupture of the classical distance between subject and aesthetic object, carried out through the grotesque and complemented by a fragmentary realism, is productive of both shock and identification with the characters. We argue that the abominable aspect of the film is centered on the grotesque body of the character Samantha, which has an anus instead of a mouth, thus embodying the bodily taboos of deformation and obscenity, as well as the linguistic taboo (asshole) resulting from first two. This bodily configuration can awaken, in the susceptible spectator, the feeling of an imaginary threat linked to the taboo, which we illustrate with examples from anthropology collated by Freud.
URI: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/34282
Aparece nas coleções:CT - Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
peleseduardocasanova.pdf1,64 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Este item está licenciada sob uma Licença Creative Commons Creative Commons