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Título: Analfabetismo e relação com a saúde de pessoas idosas brasileiras: um estudo de base nacional.
Título(s) alternativo(s): Illiteracy and relationship with the health of brazilian elderly people: a national baseline study.
Autor(es): Bordin, Rodrigo
Orientador(es): Bernartt, Maria de Lourdes
Palavras-chave: Velhice - Aspectos sociais
Envelhecimento
Assistência à velhice
Idosos - Educação
Old age - Social aspects
Aging
Old age assistance
Older people - Education
Data do documento: 16-Fev-2024
Editor: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Câmpus: Pato Branco
Citação: BORDIN, Rodrigo. Analfabetismo e relação com a saúde de pessoas idosas brasileiras: um estudo de base nacional. 2024. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Regional) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Pato Branco, 2024.
Resumo: Em pessoas idosas, o analfabetismo pode prejudicar significativamente a compreensão de informações de saúde, seguimento de orientações médicas, interpretação de receitas e rótulos de medicamentos, impactando adversamente sua saúde. Essa limitação também restringe o acesso a dados essenciais sobre cuidados de saúde preventivos e tratamentos. Compreender a relação do analfabetismo na saúde dessa faixa etária, em diferentes macrorregiões do Brasil, é crucial para direcionar estratégias de intervenção e políticas públicas. Este estudo objetivou a analisar, com base na PNS 2019, a magnitude da influência do analfabetismo na saúde da população idosa residente nas cinco macrorregiões brasileiras. A pesquisa observacional, transversal, quantitativa e exploratória, utilizou dados secundários da PNS 2019, envolvendo 43.554 pessoas idosas em domicílios no Brasil. A variável 'Alfabetização' foi determinada pela pergunta: "Sabe ler e escrever". As variáveis independentes foram selecionadas dos módulos sobre características gerais dos moradores, doenças crônicas e saúde da pessoa idosa. Análises descritivas com frequência absoluta, relativa, razão de prevalência e testes estatísticos como qui-quadrado e regressão logística binária (ao nível de 95% de significância) foram realizados. Das pessoas idosas, 23,8% eram analfabetos, sendo 38,9% na macrorregião Nordeste, seguido por 27% na Norte e 16,5% na Centro-Oeste. A dificuldade em realizar Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVD) foi de 39,2%, sendo maior na macrorregião Nordeste (45,1%) e menor na Sul (33,5%). Em Atividades Básicas da Vida Diária (ABVD), a prevalência foi de 21,2%, sendo maior na macrorregião Nordeste (23,1%) e menor na Sul (19,3%). A presença de Doenças Crônicas Não Transmissíveis foi de 82,6%, mais prevalente nas macrorregiões Sul (85,2%) e Sudeste (84,9%). A prevalência nacional de multimorbidade foi de 68,7%, maior nas macrorregiões Sul (71,7%) e Sudeste (70,5%). As AIVD com mais dificuldades foram ir ao médico (27,6%) e usar transporte sozinho (27,4%). Nas ABVD, as maiores dificuldades foram deitar (13,2%), vestir-se (12,9%) e sentar-se sozinho (12,8%). Comparando pessoas idosas analfabetas e alfabetizadas, a prevalência de dificuldades em todas as AVDs foi significativamente maior nas analfabetas (p<0,05). Elas apresentaram 2,84 vezes mais chances de dificuldades em AIVD e 1,75 vezes em ABVD do que as alfabetizadas. As AIVD mais influenciadas pelo analfabetismo foram administrar dinheiro (OR=1,67), utilizar transporte (OR=1,62) e ir ao médico sozinho (OR=1,45). Para ABVD, as dificuldades mais impactadas foram andar (OR=1,32), comer (OR=1,29), banhar-se (OR=1,21) e vestir-se (OR=1,21) sozinho. Doenças com maior prevalência entre pessoas idosas são hipertensão (55,1%), problemas crônicos de coluna (29,3%), colesterol elevado (26,0%) e Diabetes Mellitus (19,1%). Pessoas idosas analfabetas têm maior probabilidade de ter hipertensão, Diabetes Mellitus, Acidente Vascular Cerebral e problemas crônicos de coluna. No entanto, colesterol elevado, doenças cardíacas, asma, artrite/reumatismo, depressão, câncer e insuficiência renal crônica são mais comuns entre pessoas idosas alfabetizadas. Conclui-se que o analfabetismo apresenta relação com a saúde das pessoas idosas nas cinco regiões brasileiras, afetando a compreensão de informações de saúde e a capacidade de tomar decisões informadas, impactando negativamente a qualidade de vida. O envelhecimento diversificado nas cinco macrorregiões brasileiras ressalta a necessidade de políticas adaptadas a cada localidade, visando à saúde, à educação e ao envelhecimento saudável.
Abstract: In elderly individuals, illiteracy can significantly impair the understanding of health information, adherence to medical instructions, interpretation of prescriptions and medication labels, adversely affecting their health. This limitation also restricts access to crucial preventive healthcare information and treatments. Understanding how illiteracy affects the health of this age group, in different regions of Brazil, is crucial for guiding intervention strategies and public policies. This study aimed to analyze, based on the 2019 PNS (National Health Survey), the magnitude of illiteracy's influence on the health of the elderly population residing in Brazil's five macro-regions. The observational, cross-sectional, quantitative, and exploratory study used secondary data from the 2019 PNS, involving 43,554 elderly individuals in households across the country. The 'Literacy' variable was determined by the question: "Can you read and write?" Independent variables were selected from modules on residents' general characteristics, chronic diseases, and elderly health. Descriptive analyses with absolute and relative frequencies, prevalence ratio, and statistical tests such as chi-square and binary logistic regression (at a significance level of 95%) were performed. Among the elderly, 23.8% were illiterate, with 38.9% in the Northeast macro-region, followed by 27% in the North and 16.5% in the Midwest. Difficulty in performing Instrumental Activities of Daily Living (IADL) was 39.2%, higher in the Northeast (45.1%) and lower in the South (33.5%). For Basic Activities of Daily Living (BADL), the prevalence was 21.2%, higher in the Northeast (23.1%) and lower in the South (19.3%). The presence of Non-Communicable Chronic Diseases (NCDs) was 82.6%, more prevalent in the Southern (85.2%) and Southeastern (84.9%) macro-regions. The national prevalence of multimorbidity was 68.7%, higher in the Southern (71.7%) and Southeastern (70.5%) macro-regions. The IADLs with the most difficulties were going to the doctor (27.6%) and using transportation alone (27.4%). In BADL, the greatest difficulties were lying down (13.2%), dressing (12.9%), and sitting alone (12.8%). Comparing illiterate and literate elderly individuals, the prevalence of difficulties in all ADLs was significantly higher in illiterates (p<0.05). They had 2.84 times morem chances of difficulties in IADL and 1.75 times in BADL than the literate. IADLs most influenced by illiteracy were managing money (OR=1.67), using transportation (OR=1.62), and going to the doctor alone (OR=1.45). For BADL, the most impacted difficulties were walking (OR=1.32), eating (OR=1.29), bathing (OR=1.21), and dressing (OR=1.21) alone. Diseases with higher prevalence among elderly individuals are hypertension (55.1%), chronic back problems (29.3%), high cholesterol (26.0%), and Diabetes Mellitus (19.1%). Illiterate elderly individuals have a higher probability of having hypertension, Diabetes Mellitus, Stroke, and chronic back problems. However, high cholesterol, heart diseases, asthma, arthritis/rheumatism, depression, cancer, and chronic kidney disease are more common among literate elderly individuals. In conclusion, illiteracy influences the health of elderly individuals in Brazil's five regions, affecting the understanding of health information and the ability to make informed decisions, thereby impacting quality of life. The diversified aging in these regions underscores the need for tailored policies addressing health, education, and healthy aging.
URI: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/33535
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