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Título: Prazer e sofrimento no trabalho de criação de conteúdo em mídias sociais
Título(s) alternativo(s): Pleasure and suffering in the job of content creation in social media
Autor(es): Roberto, Karla Cristina Alves
Orientador(es): Seifert Junior, Rene Eugenio
Palavras-chave: Comunicações digitais
Redes sociais on-line
Trabalho - Aspectos psicológicos
Sofrimento
Mídia social
Satisfação no trabalho
Digital communications
Online social networks
Work - Psychological aspects
Suffering
Social media
Job satisfaction
Data do documento: 10-Abr-2023
Editor: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Câmpus: Curitiba
Citação: ROBERTO, Karla Cristina Alves. Prazer e sofrimento no trabalho de criação de conteúdo em mídias sociais. 2023. Dissertação (Mestrado em Administração) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2023.
Resumo: Com a proliferação de usuários da Internet, as mídias sociais têm se apresentado como um potencial espaço de trabalho. Dentre as diversas atividades que têm surgido no contexto de plataformização, o presente trabalho volta o olhar para a criação de conteúdo digital. Algumas vezes, aqueles que produzem conteúdo para as redes sociais são intitulados conforme as plataformas as quais trabalham; têm-se os youtubers, instagrammers e tiktokers, por exemplo. Outras vezes, opta-se pelo termo influenciadores digitais em virtude do Marketing de Influência que é tão fortemente presente nesse ofício. Contudo, para a presente pesquisa, utilizou-se “criadores de conteúdo digital”, considerando ser uma nomenclatura mais abrangente e, atualmente, utilizada por esses indivíduos. A partir dessa escolha, traçou-se como objetivo geral deste estudo compreender as vivências de prazer e sofrimento no trabalho de criação de conteúdo em mídias sociais diante da lógica técnica dominante. Mais especificamente, buscou-se nesta pesquisa: (1) caracterizar a forma de organização do trabalho de criação de conteúdo em mídias sociais; (2) descrever as vivências de prazer no trabalho de criação de conteúdo em mídias sociais; (3) identificar as vivências de sofrimento no trabalho de criação de conteúdo em mídias sociais; e, por fim, (4) relacionar as vivências de sofrimento no trabalho de criação de conteúdo em mídias sociais com o modo de organizar o trabalho. Para tanto, adotou-se a compreensão do termo técnica de acordo com os estudos de Ellul (1968) e sua perspectiva de tecnificação do trabalho. No que tange às vivências de prazer e sofrimento, utilizou-se como base teórica a Psicodinâmica do Trabalho. Isto posto, foi realizada uma pesquisa qualitativa de natureza exploratória com a aplicação de entrevistas em profundidade e os dados foram analisados através da técnica de Análise do Conteúdo de Bardin (2016). Os resultados demonstraram que a produção de conteúdo em mídias digitais é um trabalho que também apresenta o tensionamento das vivências de prazer-sofrimento proposto por Dejours (1992, 2014). Entretanto, inferiu-se que tal dinâmica tem sido ainda mais intensa, uma vez que os trabalhadores não entendem como funcionam os algoritmos, estão constantemente testando modelos de conteúdo, avaliando suas performances através de métricas das plataformas e demonstram dificuldade em usufruir férias e momentos de pausas. Observou-se, com isso, que embora a criação de conteúdo possa ser percebida, a princípio, como uma dinâmica nova de trabalho, trata-se, na verdade, de uma produção também orientada para a máxima eficiência e com agravantes em relação aos trabalhos técnicos de natureza mais tradicional. Por fim, apontou-se, ainda que de forma limitada, que a produção de conteúdo constitui uma forma ainda mais eficiente de exploração do trabalho, dada a baixa remuneração direta das plataformas.
Abstract: With the spread of internet users, the social media have become a potential working space. Among the various activities that have emerged in the context of platformization, this study turns the view to the creation of digital content. Sometimes, those who produce content to social networks are named according to the platforms with which they work; there are youtubers, instagrammers and tiktokers, for example. Other times, the term “digital influencers” is chosen due to Influencer Marketing, which is strongly present in this job. However, to this research, “digital content creators” was used, considered to be a broader nomenclature and, currently, used by these people. From this choice, the general objective of this study was outlined as being to understand the experiences of pleasure and suffering in the job of content creation in social media in face of the dominant technical logic. More specifically, this research sought: (1) to characterize the kind of work organization of content creation in social media; (2) to describe the pleasure experiences in the job of content creation in social media; (3) to identify the suffering experiences in the job of content creation in social media; and, lastly, (4) to relate the suffering experiences in the job of content creation to the way of organizing the work. For that, the term technique was adopted according to the studies of Ellul (1968) and his perspective on work technification. Regarding the pleasure and suffering experiences, Work Psychodynamics were used as a theoretical basis. Considering that, qualitative research of exploratory nature was conducted by implementing interviews in depth and the data was analyzed through the Content Analysis technique from Bardin (2016). The results showed that the content production in social media is a job that also presents the tensioning of the pleasure-suffering experiences proposed by Dejours (1992, 2014). Still, it was inferred that such dynamic has been even more intense, since the Workers do not understand how the algorithms work and are constantly testing new content models, evaluating their performances through the platforms’ metrics, and they exhibit difficulty in enjoying vacations and breaks. By that, it was observed that, although the content creation may be perceived, initially, as a new work dynamic, it is actually also a production directed to maximum efficiency and has aggravating factors in relation to technical jobs of a more traditional quality. Finally, it was pointed that, even if in a limited way, the content production constitutes an even more efficient way of work exploitation, given its low direct compensation from the platforms.
URI: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/31229
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