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Título: Controle, Sequestro e Sedução da Subjetividade no Sistema ONA da Qualidade
Título(s) alternativo(s): Control, kidnapping and subjectivity seduction in ONA system of quality
Autor(es): Cioli, Rejane
Orientador(es): Meneghett, Francis Kanashiro
Palavras-chave: Organização Nacional de Acreditação (Brasil)
Administração de empresas - Controle de qualidade
Hospitais - Curitiba (PR) - Controle de qualidade
Administração dos serviços de saúde - Curitiba (PR) - Controle de qualidade
Subjetividade
Cultura organizacional - Curitiba (PR) - Hospitais
Análise do discurso
Tecnologia
Organização Nacional de Acreditação (Brasil)
Industrial management - Quality control
Hospitals - Curitiba (PR) - Quality control
Health services administration - Curitiba (PR) - Quality control
Subjectivity
Corporate culture - Curitiba (PR) - Hospitals
Discourse analysis
Technology
Data do documento: 4-Fev- 18
Editor: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Câmpus: Curitiba
Citação: CIOLI, Rejane. Controle, sequestro e sedução da subjetividade no sistema ONA da qualidade. 2018. 159 f. Tese (Doutorado em Tecnologia e Sociedade) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2018
Resumo: A presente pesquisa teve como objeto de investigação crítica compreender como os discursos e as práticas de gestão da qualidade, instituídas pelo respectivo sistema da Organização Nacional de Acreditação (ONA), podem resultar na criação de sofisticados mecanismos de controle da subjetividade dos gestores e das relações de trabalho, conforme praticado, na atualidade, pelas organizações hospitalares. Esses instrumentos, utilizados para intensificar e explorar a produção de serviços e seus trabalhadores, vêm acompanhando as mudanças ocorridas nessa área e desenvolvendo estruturas cada vez mais aprimoradas de controle, sobretudo, em decorrência da conexão das tecnologias de gestão ao modo flexível de produção. Ao investirem em estratégias de gestão, essas organizações transpõem o domínio dos aspectos físicos dos trabalhadores, atingindo, além do seu corpo, sua mente e suas emoções, para garantir, de forma cada vez mais sutil, sua docilização e submissão voluntária aos interesses e ideologias organizacionais. O controle da subjetividade, em suas instâncias ocultas e manifestas, vem contribuindo para intensificar a exploração do processo de trabalho e dos trabalhadores, possibilitando a apropriação da sua liberdade individual, a fim de submetê-los aos saberes, valores e ideologias organizacionais, e, assim, sequestrar seu mundo subjetivo. Os relatos dos gestores da qualidade, que atuam em hospitais acreditados com excelência pelo sistema ONA, no município de Curitiba/PR, foram obtidos em entrevistas semiestruturadas e submetidas à análise dialógica do discurso. Com base nessa pesquisa, foi possível identificar que as organizações pesquisadas se utilizam de estratégias de empoderamento, de reconhecimento, de participação e de satisfação profissional geradoras de sentimentos de orgulho, de colaboração, de parceria, de pertença e, em algumas situações, de encantamento e sedução dos gestores da qualidade. Elas agem também, por meio do discurso da excelência e da melhoria do desempenho da qualidade e dos mecanismos resultantes, para deter o controle e a subsunção voluntária dos gestores à ideologia e interesses próprios da organização e para sequestrar, em circunstâncias específicas, a subjetividade de seus trabalhadores. Ao se identificarem com os ideais da organização, mediante um processo de sedução e encantamento, os gestores da qualidade perdem a consciência do nível de comprometimento estabelecido e a capacidade de definir prioridade para si mesmo, efetivando, inconscientemente, o sequestro de sua subjetividade e favorecendo a exploração do seu trabalho. Finalmente, verificou-se que, conhecer as contradições do sistema da qualidade, possibilita aos seus gestores assumirem de forma consciente e voluntária as condições em que estão inseridos e, dessa forma, construir relações de trabalho mais justas e satisfatórias.
Abstract: This research had as object of critical investigation, comprehend how the speeches and practices in quality management, established by the respective system of the National Accrediting Organization (ONA), can result in creating sophisticated controlling mechanisms of managers subjectivity and work relations as currently performed by the hospitals. These instruments, used to increase and exploit theservice production and its workers, have been following the changes in this area and developing increasingly improved structures, especially because of the connection between managing technologies and the flexible production method. By investing in management strategies these organizations go beyond the control of physical aspects of workers, reaching not only their body but also their mind and emotions, to guarantee, in a very subtle way, their voluntary taming and submission that meet the organizations interests and ideologies. The control of subjectivity in its hidden and manifested instances, has been contributing to intensify the workers and the work process exploitation, making it possible to appropriate their individual freedom, in order to submit them to the knowledge, values and organizational ideologies and then, kidnap their subjective world. The reports of quality managers, who work at accredit hospitals with excellence by ONA system in Curitiba, were obtained in semistructured interviews and submitted to Dialogical Discourse Analysis. Throughout this research, it was possible to identify that the organizations have been using empowerment strategies, recognition, participation and professional satisfaction to generate feelings of proud, contribution, partnership, sense of belonging and, in some cases, enchantment and seduction of quality managers. They also act by the speech of excellence and improvement of quality performance and its resulting mechanisms, in order to have the control and voluntary subsumption of managers to their own ideology and organization interests and to kidnap, in very specific circumstances, the workers’ subjectivity. Because they identify themselves with the organization ideals, by enchanting and seduction processes, the managers of quality lose the consciousness of the established level of commitment and the ability to define priority to themselves and in this way, unconsciously implementing, the kidnap of their subjectivity, promoting the working exploitation. Finally, it was found that knowing the quality system contradictions, makes it possible for the managers to assume consciously and deliberately the conditions where they have been inserted, and, in this way, build more balanced and satisfying relations.
URI: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/3110
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