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Título: Heroínas negras brasileiras, de Jarid Arraes: perspectivas dos feminismos descoloniais na construção da narrativa de cordel
Título(s) alternativo(s): Heroínas negras brasileiras, by Jarid Arraes: perspectives of decolonial feminisms in the construction of the cordel narrative
Autor(es): Santana, Jiliane Movio
Orientador(es): Cantarin, Marcio Matiassi
Palavras-chave: Feminismo e literatura
Literatura de cordel
Narrativa (Retórica)
Negras na literatura
Descolonização
Mulheres na literatura
Arraes, Jarid, 1991- Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis
Feminism and literature
Chapbooks
Narration (Rhetoric)
African American women in literature
Decolonization
Women in literature
Data do documento: 25-Mar-2021
Editor: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Câmpus: Curitiba
Citação: SANTANA, Jiliane Movio. Heroínas negras brasileiras, de Jarid Arraes: perspectivas dos feminismos descoloniais na construção da narrativa de cordel. 2021. Dissertação (Mestrado em Estudos de Linguagens) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2021.
Resumo: A dominação eurocêntrica movimentada pelas articulações da colonialidade/ modernidade configurou opressões raciais, de gênero, de classe e de nacionalidade que operaram no apagamento dos saberes elaborados pelas/os sujeitas/os subalternizadas/os e na sistematização das ausências dessas/es sujeitas/os nas narrativas dos conhecimentos validados, nos espaços de poder e na formação cultural, social e política, no Brasil e na América Latina. A apresentação da pluralidade dos feminismos brasileiros e a enunciação da contribuição fundamental do feminismo negro brasileiro situam os cordéis da coleção Heroínas Negras Brasileiras, de Jarid Arraes, enquanto produções literárias feministas negras que efetuam a visibilidade e o reconhecimento das experiências vividas por mulheres negras brasileiras. O aparato epistemológico dos feminismos descoloniais enseja processos de descolonização dos saberes, especialmente ao resgatar e destacar as trajetórias de vida e elaborações de resistência empreendidas por mulheres negras e indígenas nos combates às opressões da colonialidade. Os quinze cordéis da coleção são analisados a partir da movimentação de conceitos desenvolvidos por Lélia Gonzalez (1988), María Lugones (2014) e Patricia Hill Collins (2019), intelectuais alinhadas aos feminismos descoloniais e que compreendem o racismo e o sexismo como operadores centrais do sistema de gênero colonial moderno. Arraes mobiliza o suporte cordel como ferramenta política, evidenciando as práticas de resistência construídas pelas/os sujeitas/os subalternizadas/os, amefricanas/os (GONZALEZ, 1989), narrativas e saberes outros, bem como a construção de novas perspectivas para a produção de saberes não hegemônicos. A apresentação de um panorama acerca da literatura de cordel identifica o gênero literário em suas dinâmicas de atualizações e de permanências, na fluidez dos folhetos junto às transformações sociais e culturais ocorridas ao longo do século XX, consideradas na investigação dos cordéis de Arraes, em relação aos conteúdos, às escolhas e às abordagens feitas pela cordelista. A coleção de folhetos e o lançamento dos mesmos no formato livro, primeiro pela editora Pólen em 2017 e em 2020 pela editora Seguinte, obtêm destaque no campo literário brasileiro, que atualmente tem movimentado títulos de autoras/es negras/os que permitem fomentar a discussão e localização das práticas racistas, bem como possibilitam a construção de projetos políticos transversais (COLLINS, 2019) e saberes contrahegemônicos.
Abstract: The eurocentric domination driven by the articulations of coloniality/modernity configured racial opressions of gender, class and ethnicity, which operates in the erasing of knowledge produced by the subjugated individuals and in these individuals absence within the validated knowledge narratives, the power spaces as well as the cultural, social and political shaping in Brazil and Latin America. The introduction of the plurality in brazillian feminisms, along with the enunciation of the fundamental contribuition of black brazillian feminism place the cordéis from the Heroínas Negras Brasileiras collection, written by Jarid Arraes, as black feminist literary productions that achieve the visibility and recognition of the experiences lived by black brazillian women. The epistelmological apparatus of decolonial feminisms craves for processes of decolonization of knowledge, specially when rescuing and highlighting the life trajectories togheter with resistance articulations launched by black and indigenous women in the fight against the colonial opressions. The fifteen cordéis in the collection are analyzed from the interchange of concepts developed by Lélia Gonzalez (1988), María Lugones (2014) and Patricia Hill Collins (2019), intellectuals aligned with decolonial feminisms that understand racism and sexism as central operators of the modern gender colonial system. Arraes mobilizes the cordel as a political tool, displaying the practices of resistence built by the “amefrican” subjulgated individuals (GONZALEZ, 1989), distinct narratives and understandings, as well as the construction of new perspectives for the production of non-hegemonic knowledge. The introduction of a panomarama regarding cordel literature indentifies this literary genre within its dynamics of renovation and permanence, in the fluidity of flyers accompanying the social and cultural transformations that happened during the XX century, considered in Arraes investigation of cordéis, in relation to content, choices and approach adopted by the cordelista. The collection of flyers and the release of them in book form, first by publisher Pólen in 2017 followed by publisher Seguinte in 2020, reach significance in the brazillian literary field, which currently holds titles from black authors that encourage the discussion and detection of racist practices and possibilitate the stabablishment of cross-cutting political projects (COLLINS, 2019) as well as non-hegemonic knowledge.
URI: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/25106
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