Use este identificador para citar ou linkar para este item:
http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/10880
Título: | Etnobotânica dos cultos afro-brasileiros na Região Sudoeste do Paraná: a importância das plantas na construção da identidade cultural |
Título(s) alternativo(s): | Ethnobotany of African-Brazilian cults in Parana Southwestern Region: the importance of plants in the construction of cultural identity |
Autor(es): | Favaro, Jean Filipe |
Orientador(es): | Donazzolo, Joel |
Palavras-chave: | Etnobotânica Cultura Cultos afro-brasileiros Ethnobotany Culture Afro-Brazilian cults |
Data do documento: | 24-Jun-2014 |
Editor: | Universidade Tecnológica Federal do Paraná |
Câmpus: | Dois Vizinhos |
Citação: | FAVARO, Jean Filipe. Etnobotânica dos cultos afro-brasileiros na Região Sudoeste do Paraná: a importância das plantas na construção da identidade cultural. 2015. 108 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Florestal) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Dois Vizinhos, 2015. |
Resumo: | Estudos etnobotânicos reconhecem a dinâmica natural entre seres humanos e as plantas. Pajés, xamãs, feiticeiros e bruxos são fontes valiosas de estudos etnobotânicos pelo fato de deterem um conhecimento ancestral sobre os poderes curativos das plantas e suas formas de manejo. Sacerdotes de cultos afro-brasileiros, como a Umbanda e Candomblé, possuem um cosmo místico em torno da natureza e seus elementos, assim, contribuem para a conservação do conhecimento de usos de plantas medicinais e ritualísticas. Contudo, a população nacional de adeptos de cultos afro-brasileiros está se dizimando, levando consigo muito de seus conhecimentos que não foram compreendidos e sequer registrados. Este estudo teve como objetivo realizar um estudo etnobotânico de cultos afro-brasileiros na Região Sudoeste do Paraná, avaliando a importância das plantas usadas nas práticas mágico-religiosas para construção da sua identidade cultural. A pesquisa foi realizada com sacerdotes da Umbanda e Candomblé nos municípios de Pato Branco, Dois Vizinhos e Espigão Alto do Iguaçu, onde foram entrevistados 13 sacerdotes, sendo nove umbandistas e quatro candomblecistas. Para encontrar informantes-chave foi utilizada a amostragem não intencional do tipo Bola de Neve. Para coletar os dados etnobotânicos de plantas utilizadas dentro do contexto religioso foram aplicados questionários socioeconômicos, entrevistas semiestruturadas, listagem livre, turnêsguiadas e coleta de material botânico. A importância relativa das etnoespécies foi calculada por intermédio do Índice de Significado Cultural e analisada a similaridade de espécies listadas entre os sacerdotes utilizando o coeficiente de Jaccard. As falas dos informantes foram codificadas, com o intento de descobrir padrões, possibilitando comparações. Foram encontradas 177 espécies vegetais distribuídas em 70 famílias botânicas. Espécies como Ruta graveolens L; Petiveria alliacea L; Sansevieria trifascata Prain; Rosmarinus officinalis L; Plectranthus barbatus Andr; Citrus sinensis L; Lavandula angustifolia Mill; Zea mays L. e Eugenia uniflora L. foram as mais citadas e com maior valor de importância relativa. Plantas que aparecem idiossincráticas na listagem livre, podem ser as mais valiosas para um único informante, ou pertencer a um domínio cultural e serem amplamente reconhecidas, como foi o caso da Milicia excelsa Welw. e Cola acuminata P. Beauv. As plantas se destinam na maioria de seus usos para medicinas, banhos e oferendas/feitiçarias, tais usos em conjunto com práticas de benzeduras e defumações, sedimentam práticas terapêuticas etnomédicas, onde as folhas têm maior representatividade de uso. Umbandistas alegam receber procedimentos etnomédicos a partir da instrução de espíritos, associam as plantas aos entes espirituais de acordo com aqueles que atribuem a instrução. Candomblecistas têm as plantas como fundamentais para quaisquer práticas religiosas, possuindo uma classificação dos vegetais associados aos seus Orixás de forma cautelosa e acurada. Tais formas de conhecimento são bastante conservadoras, onde é transmitido de forma vertical com laços simbólicos. Gênero, idade, tempo de iniciação e local, não foram fatores que influenciaram na descoberta de padrões na identidade cultural associada aos vegetais no grupo estudado nesta pesquisa etnobotânica pioneira com cultos afro-brasileiros na Região Sudoeste do Paraná. |
Abstract: | Ethnobotanical studies recognize the natural dynamic between humans and plants. Pajés, shamans, wizards and witches are valuable sources of ethnobotanical studies since they hold an ancestral knowledge about the healing powers of plants and their ways of management. Priests of African-Brazilian cults, such as Umbanda and Candomblé, have a mystical cosmos around nature and its elements, thus contributing to the preservation of medicinal knowledge and ritual uses of plants. However, the national population of African-Brazilian cults’ adherents is decimating, and taking much of their knowledge that were not understood and even recorded. This study aimed to carry out an ethnobotanical study of African-Brazilian cults in Paraná’ Southwest Region, assessing the importance of plants used in magic-religious practices for construction of their cultural identity. The survey was conducted with priests of Umbanda and Candomblé in the cities of Pato Branco, Dois Vizinhos and Espigão Alto do Iguaçu, where 13 priests were interviewed, where nine where umbandistas and four candomblecistas. To find key informants was used unintentional sampling type Snowball. To collect the ethnobotanical data of plants used within the religious context, socioeconomic questionnaires, semi-structured interviews, free listing, guided tours, and collection of botanical material were applied. The relative importance of the ethnospecies was calculated through the Cultural Significance Index and the similarity of species listed among priests was analyzed using the Jaccard coefficient. The talks of the informants were coded with the intent to discover patterns, enabling comparisons. 177 plant species distributed in 70 plant families were found. Species such as Ruta graveolens L; Petiveria alliacea L; Sansevieria trifascata Prain; Rosmarinus officinalis L; Plectranthus barbatus Andr; Citrus sinensis L; Lavandula angustifolia Mill; Zea mays L. e Eugenia uniflora L. were the most cited and the ones with most relative importance value. Plants that appear idiosyncratic in the free list may be the most valuable for a single informant, or belong to a cultural domain and be widely recognized, as it was the case of the Milicia excelsa Welw. and Cola acuminata P. Beauv. The plants are designed in most of its uses for medicines, baths and offerings/ witchcrafts, such uses, combined with blessings practices and fumigation, strengthen ethnomedical therapeutic practices, where the leaves are more representative of use. Umbandistas claim receiving ethnomedical procedures from the instruction spirits, and they associate plants to spiritual entities according to those who attribute the instruction. Candomblecistas have plants as essential materials to any religious practices, having a classification of plant associated with their Orishas cautiously and accurately. These forms of knowledge are very conservative, which is transmitted vertically with symbolic ties. Gender, age, and initial local and time were not factors influencing the discovery of patterns in the cultural identity associated to plants in the group studied in this ethnobotanical pioneer research pioneer with African-Brazilian cults in the Paraná’ Southwest Region. |
URI: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/10880 |
Aparece nas coleções: | DV - Engenharia Florestal |
Arquivos associados a este item:
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
DV_COENF_2015_1_08.pdf | 1,72 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.